| Tweet |
|
15 |
Saudações!
Esse site foi criado para que as pessoas possam conhecer o evento literário POESIAS SEM FRONTEIRAS e o Prêmio Literário Marcelo de Oliveira Souza.
Esse nome foi escolhido pelo fato de que a poesia é a mais nobre arte de se expressar e de unir povos, a poesia não tem fronteiras, não tem idade, tampouco credo e preferências.
Nossos eventos sempre esmeram-se em unir povos e culturas, por isso sempre acolhemos não só o poeta, mas os estrangeiros dos quatro cantos do mundo e também os jovens.
Inserindo-os no maravilhoso mundo literário, rompendo fronteiras e estreitando laços.
As inscrições sempre são democráticas, onde participam desde o estudante, o lavrador, até o médico, engenheiro, professor e outras tantas profissões, cumprindo o nosso excelso objetivo de unir, aglutinando diferentes culturas e pensamentos, enriquecendo ainda mais a literatura universal.
* Aceitamos doações de qualquer valor que poderá ser feita via correios ou por conta corrente, o número se encontra junto ao título do blog, é só entrar em contato para combinarmos.
Ajude o POESIAS SEM FRONTEIRAS, divulgando esse site, a cultura agradece.
Embaixador da Poesia, nomeado pela Academia Virtual de Letras Artes e Cultura, MG; Ganhador do Prêmio Personalidade Notável 2014 em Itabira MG ; Membro da IWA International Weitters Artistis – EUA ; da Sociedade Ibero-americana de Escritores, Espanha; da Academia de Letras de Teófilo Otoni MG; da Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências RJ; da confraria de Artistas e Poetas pela Paz – CAPPAZ; da Associação Poetas Del Mundo; do Clube dos Escritores Piracicaba SP; participa de vários concursos de poesias, contos, publicações em jornais e revistas estaduais, nacionais e internacionais sempre conseguindo ser evidenciado pelos seus trabalhos louváveis; colunista do Jornal da Cidade, Debates Culturais, Usina de Letras, entre outros. Organizador do Concurso Literário Anual POESIAS SEM FRONTEIRAS e Prêmio Literário Escritor Marcelo de Oliveira Souza,IWA.
e-mail: marceloescritor2@outlook.com
facebook: psfronteiras
instagram: marceloescritor
Doação via pix:Qualquer valor
+55 71 99251 0196 ou marceloescritor2@outlook.com
Em nome do autor do projeto
Marcelo de Oliveira Souza
X Prêmio Literário Escritor Marcelo de Oliveira S
Texto dos autores :
Cada autor terá um voto, que não poderá voter em si mesmo.
Mande como resposta a nosso e-mail o seu voto em 24 horas.
Boa sorte a todos e todas.
Texto I
A CARROÇA DO AMOR
Quanta inspiração sentimos ao contemplar cenas de amor. Filmes, poemas, poesias, músicas que apresentam enredos de amor impulsionam o espectador, leitor e ouvinte a amar. Amar em segredo, amar com alarde, amar originalmente, amar imitando, copiando, amar com segurança, amar em meio a dúvidas, amar. Cenas de amor sensibilizam-nos e conduzem-nos à reflexão sobre a possibilidade de haver liberdade em estarmos presos por vontade própria, ligados por escolha autônoma, unidos por preferência espontânea.
Na autêntica experiência do amor, creio, o difícil muitas vezes transmuta-se em fácil e o impossível torna-se viável, pois o que importa realmente é a fusão dos seres que se amam de verdade. O fenômeno é capaz de, simultaneamente, guardar a identidade e amalgamar as essências, bem assim fortalecer a individualidade, na troca mútua sem fronteiras. Assim, vejo o amor genuíno: o amante só é na amada, que, por sua vez, só é no amante. Na fusão dos amantes, o Amor é.
Em uma tarde ensolarada, sob calor escaldante e iluminada pelo lindo manto celeste de Brasília, próximo à bela Catedral no centro da cidade, apreciei umas das mais lindas cenas de amor. Participei, sem ser convidada, de doce momento de ternura entre dois idosos, que certamente juraram em alma acompanharem-se por longos e longos tempos, quiçá pela eternidade.
Apressada eu estava em cumprir a vida de afazeres, pois compromissos profissionais assim o exigiam. Súbito, rendi-me ao esquecimento de todo o meu encargo funcional para apreciar o quadro de amor à minha frente. A pintura viva apresentava-me um casal de idade avançada no desempenho sublime da partilha de suas vidas.
Uma carroça. Uma senhora dentro da carroça. Um senhor empurrando a carroça. Desacelerei, pedindo mentalmente que o trânsito respeitasse aquela nobre experiência de amor. Um homem e uma mulher em franco exercício de existência: ela sentadinha como uma rainha em sua exuberante carruagem; ele, fora da carroça, empurrava-a, como um sedento apaixonado e devoto do amor, conduzindo a sua senhora como quem transporta uma joia, um cristal, um tesouro.
Naquele sublime momento, em um elevo da alma, imaginei o amor dos dois nos tempos de juventude. Refleti que o autêntico acontecimento amoroso dispensa a melhor estrutura, a melhor condição, o melhor preparo físico, sanitário, ambiental, financeiro. Ele excede até aquilo que é considerado o melhor desde o ponto de vista do padrão convencionado, pois o melhor para os amantes é a medida do seu amor. Pensei no quão bom é sermos amados e amarmos. Incondicionalmente. Quantos são capazes de assim amar?
Para aprofundar a minha emoção, vi a carroça parar e o senhorzinho suspirar, certamente cansado, e receber o afago amoroso, certeiro, revigorante, em suas mãos. Doado, mais do que apenas entregue por ela, a rainha do seu coração. Arrebatador, o vivo quadro de amor foi acrescido de trocas de olhares, sorrisos, aplausos e emocionadas lágrimas. E assim composto inspirava, desde o silêncio da vida dos dois seres amantes ao intenso e movimentado cenário de uma tarde de Brasília. Não houve palavras faladas entre os dois, senão palavras sentidas. Descanso realizado, amor manifesto no afago oferecido, eles seguiram sua viagem. Ele empurrando a carroça e ela apreciando a cidade. Ela protegida pelo amor de um nobre cavalheiro a render suas homenagens à sua companheira de jornada.
O amor não tem idade para ser vivido. Ele não carece de condições alheias para existir. Ele dispensa aplausos externos para produzir efeitos.
Bem-aventurados os que amam e são amados. Cenas de amor enobrecem quem as cria, quem as vive e quem as contempla.
Nunca esqueci. A carroça do amor está sempre viva em minha memória de aprendiz do amor.
Texto II
O amor versus a tempestade
Então durma minha criança...
Ó minha princesa pequena
Flor bela em sua infância
Cantarei uma canção serena
Faça dos meus braços teu ninho
Feche teus olhos azuis pequeninos.
Estamos vivendo tempos escuros
Sem compaixão, fé, respeito...duros
Os sinais cruéis são fortes no fronte
Há nuvens negras no horizonte.
Então não acordes, não te ocupes,
Não tenhas medo, nem te preocupes
Posso esta terrível tempestade enfrentar
- Posso até me sacrificar -
Deixe que ela venha com toda sua fúria
E caia com toda sua força espúria
Caia com toda sua violência...
Caia com toda sua truculência...
Caia sem benignidade...
Caia sem piedade...
Me faça ajoelhar...
Me faça chorar...
Eu vou lutar...
Eu vou aguentar...
Não vou fugir...
Eu vou resistir...
Posso até tombar...
Mas vou levantar...
Caia...
E caia...
Sem dó...
Sem fim...
Mas que caia só...
E tão somente...sobre mim.
Texto III
NO TEMPO DAS SERESTAS
Queria ter vivido nos tempos das serestas
De madrugada tudo fluía nos violões em festas
Ponteando sambas canções e valsas dolentes
Perfumes das flores, acordes ao luar, a divagar
Sonhar, apaixonar, abrir o peito a cantar
A canção de um coração enamorado a palpitar.
Nas varandas, nos alpendres, nas sacadas
Nas janelas, as lindas donzelas a suspirar
Com vestidos rendados, floridos, encantados
Cabelos ondulados, cacheados, trançados
Fitas vermelhas, rostos sombreados, rosados
Esperando uma rosa para a alma acalantar.
Os dias da semana demoravam mais passar
No trabalho, em casa, versos a memorizar
Para chegar na sexta, no sábado, namorar
Reunir os companheiros nos bares e a pedalar
Domingo, com devoção na capela ir rezar
No braço do pinho, canções para ela saldar.
E assim meu coração, todo cheio de emoção
Não teria solidão e mesmo na desilusão
Buscaria inspiração, comporia uma canção
Para minha deusa, a santa do meu altar
Tudo faria para seu carinho ser merecedor
E na capela, uma aliança em seu dedo colocar.
Texto IV
FARTURA DA SECA
Sou a fartura da seca!
Transitei pelas sarjetas,
E por rios cristalinos…
Nasci no solo do Agreste,
Que o sol ardente veste;
Sou do Sertão Nordestino!
À revelia da sorte,
Na iminência da morte,
Atravessei noite escura…
Desenvolvi a visão
Pra enxergar na amplidão
Beleza, em vez de amargura!…
Meu sol brilha todo dia
Irradiando magia
Nas flores do meu jardim…
Traz um calor prazenteiro,
Que me energiza os canteiros
De esperança sem fim!
Pela Luz e pela vida,
Pelas batalhas vencidas,
Eu agradeço ao Senhor…
Pela sorte recorrente,
A alma resiliente
E o coração sonhador!
Sou da fartura da seca,
Uma pequena colheita,
Fruto do Sertão sofrido!…
Sou feito de escassez;
Sou versos que a seca fez;
Sou poema destemido!
Texto V
Brasiliana 3
Oh pátria amada sentida
Devir, vir a ser, concretização da noite impávida, requerida
Colosso do maior coração, do Evangelho, sois fé, amor, vida
Oh mundo feliz, superior
Palco da regeneração, da superação da anfractuosidade
Do verso do hino, és agora maior expressão, realidade e felicidade
Brasiliana, a tristeza de outrora, sim, é só lembrança
Como o Mestre enunciou, a luta trouxe bênção e a boa aventurança
De promessas realizadas em progresso infinito, em caridade, em esperança
Brasiliana, somos teus em felicidade
Que corre do Ipiranga para o Universo, do campo para a cidade
Onde não falta o pão, o amor é plena tenacidade, do Infinito para este instante
Brasiliana, o Cruzeiro do Sul entre outras terras mil
Traz a ilustração magnânima do sonho límpido, perpétuo e anil
Sede do anseio que superou a sede, e pela própria natureza, bradou Brasil
Brasiliana, vinda do Brasil, és filha do Pai e Mãe do mundo
Ser e devir maior da imortalidade da alma, do esclarecimento profundo
Casa do indivíduo único do interior do povo unido, substância do amor fecundo
Brasiliana, sonho heroico, realidade retumbante
Penhor estoico, desafia a morte, salve, amor triunfante
De Ribeirão Preto orientando a luz e o pensamento, sempre cativante
Brasiliana, agora és, agora vais
És feliz, és luz, suas sabedorias são tenazes e sutis
Brasiliana, agora és Reino do Mestre, e em nossos corações, faz explodir novos Brasis
O caminho do Mestre não tem fim, edificada a Brasiliana 3
Novos mundos, novas almas, novos irmãos, novas jornadas
No perpétuo edificar, novos triunfos do bem, novos Brasis.
Texto VI
MUNDOS LUSÓFONOS
Meu olhar navega em reminiscências
É enseada de refúgios e subterfúgios
Sinais de Fogo, A Criação do Mundo
Peregrinação, Ensaio sobre a Cegueira
Meus olhares aportam em romantismo
Via Láctea, Timidez, Canção do Exílio
Vão singrando o alto-mar do sentimento
Navio negreiro, Meu Destino, O Tempo
Meu olhar a nadar em sediciosas águas
Poema Sujo, Retrato, Os Condenados
Não há vagas, Eu-mulher, Invernáculo
Tristeza, Vou-me embora para Pasárgada
Mundos lusófonos nas pontilhadas retinas
Tecendo a manhã, Escreve-me, Tabacaria
Violões que choram, Morte e Vida Severina
Não se mate, Saudades, Matéria de Poesia
Texto VII
SUJEITOS INVISÍVEIS
Incontinência digital em deletar
os perfis dissonantes
Falas enunciadas por códigos
e patrocinadores dominantes
Vozes e imagens sob a disciplina
das “cabeças pensantes”
O não-dito interditando diálogos,
a verdade que não se vê
Sujeitos invisíveis, panoptismo por detrás
de telas e TVS
Dramatização do real e dogmas eloquentes
a nos converter
O tempo é cão que morde e não assopra
na rotina domesticada
Rações de Hollywood consumindo sobras
de massa encefálica
Sexo, sangue, as novas drogas
distribuídas para entreter
Horas impiedosamente esquartejadas
por sons e imagens
Na confortável dobra do edredom,
permite-se absorver
Os pixels da mediocridade humana
e seus personagens
E a criança ucraniana reinventa a infância
com um ursinho no braço
Na propaganda de margarina, o hiperbólico sorriso
oculta o cansaço
Sim, as telas defenestram tudo o que se move,
transborda e inquieta
Engolindo utopias, lirismos e afetos
no sono que conforta e aquieta
Texto VIII
MULTIDÃO E MUNDO
O corpo é cartografia de sentires
Lábios navegam rios e cachoeiras
Pele-habitat de bichos e vertigens
Há vales profundos e cordilheiras
O corpo é lugar de identidades
Demarca a dignidade indígena
A cultura e tradição primígena
Opondo-se a falsas civilidades
Habita as alteridades e ausências
Desnudas entrelinhas dos poemas
É o cais das almas apaixonadas
Aportando as noites enluaradas
É a política e a poética de diáspora
É a “escrevivência” descolonizada
Negrxs a reexistir no lugar de fala
O corpo é multidão e mundo
Que sobre extenuados ombros
E incomensuráveis escombros
Resiste ao horror nauseabundo
Texto IX
AMOR DESMEDIDO
Eu sinto um amor desmedido
Pela sua poética indescritível
A desnudar a pura sexualidade
Livre de máscaras e inverdade
Sim, a minha afeição é desmedida
Tenho uma sibilina identidade, elã
Pelo alento no transpirar da manhã
Do sorriso que transforma meu dia
Enterneço-me, de forma desmedida
Pelo pôr-do-sol a emoldurar a janela
Pela paternidade, arte da descoberta
Guiar os filhos nas travessias da vida
Reinvento-me, no amor desmedido
Insurgente com a preguiça do punho
Cavoucando meu peito com carinho
Para deslindar os segredos do mundo
Texto X / XI
QUEM CONTA?
Tudo na vida tem um enredo,
Embora as vezes, seja confuso.
E o que agora vou contar, nem sei como começar,
Tudo é bem complexo
Mas dentre muitas vidas,
sobre a minha vou falar.
Não sei onde estava,
E nem porque fui parar lá.
Era dia e estava eu sorrindo
Com tantas histórias para contar
Vou falando e para alguém vou perguntando E sem que perceba, uma resposta vou tirar.
Mas a quem eu perguntava?
A resposta eu consegui
mas junto com a resposta
veio uma recomendação:
siga a sua vida, sem para trás olhar
e só me traga os pés aqui
quando um dia eu lhe chamar.
Mas, Quem era você?
A voz segue tranquila a dizer:
Já não sou como antes
Mas quero lhe proteger
Ainda não sei de quem
Mas injusta não posso ser.
Vá e siga sua vida
um dia a gente se ver
A colocação veio leve,
Decidi por deixar acontecer.
E ouvindo o conselho
De quem não consegui identificar
Eu segui e assim o fiz,
Sem nada questionar,
Simplesmente obedeci,
Eu que já bem gostava
segui, bebi, dancei, curti.
Até que no melhor momento,
a surpresa me surgiu
De quase nada lembro
Dor também eu não senti.
Tudo estava confuso,
Confesso nada entendi.
E so muito tempo depois veio a percepção De que em algum momento da trajetória
Um ponto final foi posto na ação
De onde veio não se sabe
também não vi em que situação.
Mas um dia pela rua
Sem perceber, a pé a andar
Entendi que ali nada fazia sentido
E que eu só estava a vagar.
Percebi isso ao ouvir alguém falar,
De quem será essa sandália ali?
Não se sabe a quem pertence
E nem há quanto tempo está lá.
Olhei então para os meus pés,
Como assim? estava descalço a andar. Aqueles calçados eram meus,
Agora a pouco os usava,
Ou será que não foi há pouco,
E por que estavam lá?
Seria fato ou ilusão
Que as pessoas não me viam ao olhar?
Eu havia me tornado o quê?
Um zumbi a andar?
E em que momento tudo acabou?
Isso já não sei falar.
O que está acontecendo,
Alguém pode explicar?
Embora sem ter rumo certo
Continuo a caminhar
E quem sabe um dia desses
Tudo venha a clarear
E com nitidez entenda
O que vim a sonhar.
Ou não foi um sonho?
Fico a questionar.
Confesso que tudo é muito turvo,
Que recado vieram dar?
Sonho ou premonição Aviso ou ilusão
Não entendi foi nada
Valei-me, que confusão!
Mas enquanto isso, estou aí
E mesmo sem entender,
No peito, trago um coração valente
No corpo , só vontade de crescer
E em meio a tantas vontades,
Um desejo inexplicável de viver.
Algum dia eu conto,
Ou alguém vem e conta
Se o sonho foi real
Ou se a vida foi um sonho
Com um estranho final.
Eu ou você,
Eu conto ou tu contas?
Sonho ou realidade,
É o início ou o final?
Quem vai esclarecer fatos?
Quem vai mandar a real?
Texto XII
DESNUVIADO
Desconheço alguém que tenha sofrido
Os conhecidos são vencedores incessantemente
Quem sou eu? Muitas vezes frívolo, muitas vezes torpe, muitas vezes pútrido
Eu, muitas vezes, distintamente imperfeito
Constantemente putrefeito!
Eu, que muitas vezes esqueço dos sentimentos agudos
Eu, que muitas vezes sou excêntrico no que digo
Que não tenho rótulo, marcas, etiquetas
Que tenho recebido ofensas, injustiças calado
Que tenho sido pitoresco e desalmado
Que quando sou eu mesmo, tenho sido apedrejado
Eu, que fui sempre traído por muitos amores
Eu, que tenho agonizado nas ingratidões
Eu, que durante as porradas da vida tenho ensanguentado
Eu, que tenho ansiedades absurdas, tremores
Eu, que tenho sofrido neste mundo perfeito, pareço um parasita
Todos conhecidos são vencedores incessantemente
Nunca chorou ou sofreu uma covardia
Nunca esteve à margem, sempre fora da aristocracia, da realeza... todos eles!
Eu, que desejo sentir a transparência humana
Eu, que sou excluído pelos meus fartos pecados
Todos os conhecidos são puros, desanuviados
Não há ninguém que me confidenciasse que foi reles, ordinário
Ó rainhas, Ó Reis, Ó conhecidos
Eu, que tenho sido frívolo, irresponsavelmente torpe
Eu, que estou farto dos perfeitos desconhecidos
Onde há seres imperfeitos? Onde encontro meu lugar neste mundo ?
Eu, que sou vil, arrogante, imperfeito...
Eu só "quero subir ao céu e virar nuvem. Depois quero viajar até minha casa e, ao ver minha terra, quero me transformar em chuva, e cair do céu, aterrissando no solo para permanecer para sempre no lugar ao qual pertenço”.
Texto XIII
O estranho mundo novo.
A menina viu a escada móvel
e nela foi subindo, subindo, subindo, até que ultrapassou as nuvens espessas
e repentinamente desapareceu.
Logo os pais sentindo a falta da filha, desesperados eles ficaram.
Viram a escada e à dúvida tirar.
Decidiram, também, por ela subir.
E foram subindo, subindo, subindo, até que ultrapassaram as nuvens e,
zaz, os pais da menina, também, sumiram.
Conta a lenda, que ao chegar ao topo da escada, ninguém consegue voltar. E naquela altura presa fica.
Dizem os anciães, antigos contadores de histórias, que do outro lado das nuvens fica um mundo novo, onde tudo tem vida, que entre si se comunica, entende e se diverte.
As árvores falam, as plantas também, os bichos, as pedras, mais além.
Até a casa que abriga, mexe e fala.
Tudo é de um mundo mágico, intocado, com enormes jardins, extremamente lindos.
Os pais maravilhados com tudo isso, enfim, encontraram a filha. Esta que cheia da alegria estava.
Já viviam outras pessoas naquele estranho lugar. Todas, obviamente, chegaram pela escada e não mais saíram daquele distinto mundo.
Não havia violência, nem fome,
tampouco dissabor.
Naquela pureza do universo
Deslumbrava a magia
e só o bem havia,
tudo era gerado em torno da paz e do amor.
Texto XIV
MEU PRIMEIRO AMOR
Nossa infância foi embora
Partiu, eu sei que não volta
Quem tem lembrança é que chora
Sinto da vida revolta
Lembro do primeiro beijo
Sentindo muito desejo
Teu perfume, minha flor
Só de saudades padeço
O tempo passa, não esqueço
De você, meu grande amor
Fostes meu ídolo, fui tua dama
Teu corpo foi meu cobertor
Ainda deito na cama
Que você em mim gozou
Hoje se encontra vazia
Grande demais e mui fria
Relembro o teu vigor
Eu sozinha não me aqueço
O tempo passa, não esqueço
De você meu grande amor
Fostes pra mim o primeiro
Pra vida me iniciastes
A amar me ensinastes
Te gravei dentro do peito
O gozo das nossas entranhas
Encruou-se em nossa cama
Aumentando a minha dor
Por ti eu nela padeço
O tempo passa, não esqueço
De você meu grande amor
Texto XV
ESCREVER CADERNOS TAMBÉM
Outro dia alguém disse não entender
O porquê de somente se escrever
Os livros e não também os cadernos
Em "veras" verões outonos invernos
Com caligrafia correta e dizer,
Apenas escritos para se viver
Tendo conhecimentos eternos
Para trilhar caminhos ternos.
Minha imaginação voou longe de mim:
Numa viagem prolongada, sem fim...
Seria uma esplêndida primavera
Por toda a extensão da esfera
Transformando tudo em jardim...
Ficará a maior beleza assim...
Nesse sonho, nessa quimera,
Quem se aventurar será fera!
Tais grandes obras de arte
Encantariam por toda parte...
Levantemos, pois, este estandarte
Na Terra e até mesmo em Marte...
Venham todos vocês também
E passemos a escrever bem;
Façamos com muito empenho!
Cada letra é um lindo desenho!
Eu sei que este dom não tenho
Por isso que eu também venho
Fazer todo o esforço que convém
Para poder conseguir a nota cem!
TExto XVI
Asimão em poesia
Sempre tive minha aparência
Pelos outros questionada,
Mas penso que minha vida
Não é fruto de nenhuma burrada,
Pois diversidade é divino
E se sou diferente dos primos
Vá se danar qualquer besteira falada.
Minha infância, minhas lembranças
Estão aqui na vizinhança
E se busco rememorar
Só me basta da memória uma dança
Para me ver no terreiro correr,
E logo no amanhecer
Renovar as esperanças.
Com o passar do tempo
Tive a desenvoltura
Passei a frequentar a escola
E me redescobri através da leitura
Na reflexão surgiu uma atenção
Para que eu permanecesse
A caminhar na magia da cultura.
Sempre adorei observar a vegetação
Amava ver as plantinhas
Enraizadas pelo chão
E se o escaldante sol chegava
Logo se avistava as bichinhas esturricadas
E o vento forçando
A sua decomposição.
Procuro historicizar as origens desse chão
Ando, pesquiso sobre o sertão
Mas penso cá comigo
Se quero repassar pros amigos
Vou poetizar até o "já esquecimento" e
Plantando no presente
Regar com o esperançar
Texto XVII
AMOR MADURO
Quando o amor da sua vida
De repente, aparece
E num piscar olhos,
Você o reconhece.
Os olhos brilham,
O corpo estremece,
O coração dispara,
O sorriso enlarguece...
E quando, devagar, acontece.
Na conquista diária, ele cresce.
Nas diferenças, amadurece.
Nas lutas se fortalece...
E nesta longa caminhada,
Neste constante sobe e desce,
Ele te acompanha nesta estrada
E o carinho permanece...
A gente, feliz, agradece!
O amor verdadeiro não envelhece!
Ele floresce!
Texto XVIII
RECORDAÇÕES
Recordar é viver,
É manter viva a memória.
Às vezes, recordar é sofrer,
Mas a vida não é feita só de glórias.
Recordar os bons momentos nos dá prazer,
Mas os maus também fazem parte da nossa história.
Mesmo que tentemos esquecer, com eles devemos aprender
Que é preciso reagir para alcançarmos a vitória.
O importante é reconhecer
Que cada momento tem o seu valor,
Feito pra que a gente possa aprender,
Seja na alegria ou na dor.
Recordar a infância
Nos faz sentir saudades
Das brincadeiras com os amigos,
Do coração puro e sem maldade.
Recordar a adolescência
Até nos emociona,
Pois é a fase da irreverência,
De quem sabe tudo e tudo questiona.
A juventude é a fase da azaração,
Muito agito, amor e badalação.
Depois vem a maturidade
Fase de muita realização.
O tempo passa e chegamos ao auge da maturidade.
Aparecem as rugas, cada vez mais visíveis.
Sinal de que estamos na melhor idade,
Pois vivemos bastante, muitos momentos incríveis.
Recordar é bom, mas devemos estar cientes,
De que não podemos viver presos ao passado
E que é preciso viver o presente, da melhor forma possível,
Para que ele seja, com saudades, lembrado,
Pois o passado é inesquecível!
Texto XIX
.
O poder das palavras
Palavras que gritam,
Palavras que calam,
Palavras que ficam,
Palavras que abalam.
Palavras que elogiam,
Palavras que ofendem,
Palavras que conciliam,
Palavras que desentendem.
.
Palavras de amor,
Palavras de perdão,
Palavras que confortam na dor,
Palavras que exprimem paixão.
Palavras omitidas,
Palavras ousadas,
Palavras esquecidas,
Palavras perdoadas.
Palavras que divertem,
Palavras gentis,
Palavras que se metem,
Palavras hostis.
Palavras que falam sem dizer,
Palavras que dizem sem falar,
Palavras ditas para nos envolver,
Palavras expressas num abraço ou num olhar.
Palavras que os ventos levaram,
O tempo de volta nos traz.
Palavras que nossas vidas marcaram,
Não esqueceremos jamais!
Texto XX
FACES
Brinco de ser ainda
Aquela menina faceira
Que pela terna idade
Abraça sua inocência.
Adoto a adolescente,
Inquieta,
Corajosa,
entusiasmada
que se espanta
ao descobrir as veredas
Entardecidas do amor.
Enquanto que a mulher
Se esgueira pela porta da entrada,
deslumbrante,
linda,
adorável,
confiante
sabe que amar
se funde com sua realidade.
Texto XXI
Alma reluzente
A flor amadureceu no campo da cronologia,
Preservando a singela beleza,
Disfarçando da alma as tristezas
E exalando poesia.
As pétalas castigadas pelo sol
Exercitam a resiliência,
Bebendo o “suor” noturno,
Transformando-o em resistência.
Os tortuosos caminhos
Desbotaram a face por alguns momentos,
Obrigando-a renascer de um espinho
Após manadas pisotearem os sentimentos.
O jardim que enfeitara
Foste abatido por pragas,
Restando as pétalas amarelas
Que compõem tua alma.
Texto XXII
EDUCAÇÃO
É bom lembrar que a educação muda o mundo,
Tendo na política um certo cunho,
Ela é vista como ato de conhecimento...
E transformação social,
Esse é um direito fundamental,
Que nunca pode ser esquecido,
Seja qual for o partido,
Que esteja lá no palácio central.
Para garantirmos sua importância,
Teremos que ter sempre em mente,
Que a meta maior da educação,
Será fazer com que os estudantes,
Em cumprimento de sua missão,
Desenvolvam um pensamento crítico,
Voltado para a realidade e para a transformação.
O problema da educação do Brasil,
Não é falta de leis que garantam os direitos,
Dos alunos e dos professores,
Falta sim, o cumprimento dos artigos,
Por governantes sem hombridade,
Que não fazem a menor questão de proporcionar,
Educação básica de qualidade.
A educação é um direito de todos,
E dever do Estado e da família,
Assim prepara o indivíduo,
Para o exercício da cidadania,
A favor da vida, saber e harmonia,
Ela é capaz de impactar sem igual,
Na diminuição da desigualdade social.
Texto XXIII
Porvir
Contra o medo, o sonho.
O sucesso em prol da amizade,
O tempo, em favor da vida!
Texto XXIV
NOS CAMINHOS POR ONDE ANDEI
Conheci a minha sorte
A sorte, eu sei que existe
Comprovei que o amor resiste
E minha fé em Deus é forte
E não viver de amor é triste
É definhar até a morte
Sempre que fugi da morte
Bons amigos encontrei
Sei que ouvi muitas histórias
Nos caminhos por onde andei
Descobri que o amor é forte
O amor, eu sei que existe
E quem tem fé sempre resiste
Ao sofrer que vem da morte
Pois fugir do amor é triste
É viver e não ter sorte
Num desafio com a sorte
Muitas histórias eu contei
Sei que ouvi os bons amigos
Nos caminhos por onde andei
Desafiei a própria morte
A morte, eu sei que existe
E só é forte quem resiste
Aos desatinos da má sorte
E não ter fé no amor é triste
É definhar e não ser forte
Fui sutil, arguto e forte
E muitas vezes discordei
Das histórias dos amigos
Nos caminhos por onde andei
Texto XXV
No tempo das cigarras
Naquela distante primavera
Eu acompanhava as cigarras
Sem pensamento nem amarras
Tudo era sentimento e quimera
Tudo era canto e doce toada
Tudo era alegre sinfonia e balada
E entre flores de cores mil
E árvores de braços erguidos
Entardecíamos na luz do sol
Aguardando a branca luz do luar
O marulho das ondas a sussurrar
Disponíveis para baixinho cantar
O poema do utópico sonhador
O canto do medievo trovador
A eternidade do verbo amar
Hoje dói-me este tomento
Da ciência e do pensamento
E desejo voltar ao sentimento
Ao tempo das cigarras a trovar
Livre da dor do conhecimento
Para anoitecer em paz e a sonhar
Texto XXVI
Além do Infinito
Contigo com ou sem motivo até brigar é divertido.
Coração e alma à queima-roupa eu aceito o desafio.
O prejuízo sempre fica por conta da paixão.
5 minutos de olhares revirados
por 24 horas de reconciliação.
Devo confessar que no fundo não dá pra ficar sem o teu sorriso meloso o qual eu adoro namorar.
Seja como for agente sempre vai se encontrar.
Passe o que tiver que passar nada vai nos separar.
O amor se torna indestrutível depois que aprende a esperar.
Quando tudo aqui deixe de existir…
Quando essa vida se despida e o mundo pare de girar…
Chegaremos juntos mais além do infinito,
entre o céu e o paraíso ou aonde o vento nos levar.
Texto XXVII
Silêncio
Perdón por tantas preguntas,
es que el cansancio me venció.
¿Cuánto tiempo más tengo que esperar?
No sé si me quedo o me voy.
Fecha os olhos para ouvir.
O silêncio quer falar.
O barulho não te deixa ver.
Eu sigo no mesmo lugar.
Onde você está,
aí também estou,
e por uma única razão,
seria impossível para mim abraçar a vida,
somente com a metade do coração.
Lo que dices es verdad.
A veces me cuesta despertar.
Pensaba que solo en mis sueños te podía encontrar.
Ahora todo tiene sentido.
El hielo cubre las ventanas,
pero en mi cama no hace frio.
Solo tu que conoces bien el invierno podrías saber lo que yo necesito.
É fácil calcular a resposta.
Basta subtrair a distância de dois pontos.
A soma dos dois será sempre um.
Essa fórmula foi criada no céu,
não apta para um mundo común.